´´Posso não concordar com o que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo.``

A frase que Voltaire talvez nunca tenha escrito.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Adriano Taxista: “quem comanda a Saúde no País não tem competência ou responsabilidade”

O vereador de Aracaju, Adriano Oliveira (PSDB), o “Adriano Taxista”, ocupou a tribuna da Câmara Municipal, na manhã de hoje (27), para criticar o governo federal quanto a priorização de investimentos públicos na reforma e construção de estádios de futebol para a Copa do Mundo diante da precarização dos serviços públicos ofertados, em especial, para a Saúde. O tucano revela que não é contra a Copa, mas acha que a classe política tem que se preocupar em representar melhor o povo. Ele defendeu, como alternativa, o direito do voto ser facultativo, ou seja, o eleitor só sairia de suas casas no dia das eleições caso os postulantes a cargos públicos realmente tivessem compromisso social.

Ao fazer seu discurso, Adriano Taxista destacou a reportagem exibida pelo programa Fantástico, na Rede Globo, para todo o País, no domingo (25) à noite, externando mazelas constatadas em vários hospitais públicos espalhados pelo País. “Nós assistimos o descaso com a Saúde em vários pontos do nosso País e o nosso governo federal investindo bilhões que poderiam servir para melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro. Fomos eleitos para representar bem o povo nas ruas. Enquanto o governo constrói estádios de futebol, o povo segue na miséria, com fome e em meio a calamidade. Segurança Pública, Saúde, Transporte e Educação são precários. Sou defensor do voto facultativo para que as pessoas só se sintam obrigadas a irem votar em pessoas que trabalham em prol da coletividade”.

“As pessoas sofrem sem atendimento médico, sofrem nas filas dos hospitais. Muitas nem macas conseguem. Ficam esquecidas nos corredores. Faltam medicamentos. Nós que somos porta vozes da sociedade, não podemos silenciar. Temos que cobrar sim! São mais de R$ 30 bilhões em estádios e a Saúde pública no Brasil deste jeito! A mídia só fala nessa Copa e os brasileiros estão morrendo precisando dos serviços públicos. Isso é um descaso para apenas 30 dias e muitas dessas arenas ficarão em desuso após o Mundial”, acrescentou o tucano.

Em aparte, o vereador Renilson Felix (DEM) se somou ao discurso, mas lembrou de que a hora do brasileiro protestar é nas urnas em outubro. “Sou um apaixonado pelo futebol brasileiro, mas acho um absurdo esse estado de caos em que se encontra a saúde pública em todo o País. Com tantas mazelas, o nosso governo investe uma montanha de dinheiro para dar um campo pronto e gratuito para o Corinthians? Isso é uma falta de respeito com o dinheiro público! Só com o que foi gasto para construir o Itaquerão dava para resolver boa parte dos problemas da Saúde no Nordeste”.

“Acho que a hora de protestar contra a Copa seria lá atrás, contra a irresponsabilidade dos governos de Lula e da incompetente Dilma Rousseff. O brasileiro tem que ter a consciência de responder a tudo isso nas urnas. Agora nós temos que receber bem os turistas, aqueles que vierem assistir o Mundial. Vamos torcer pela nossa seleção. Em outras Copas, a Fifa acabou ressarcindo o País sede. Aqui no Brasil é tudo a custo zero porque nós somos uma nação rica, que empresta dinheiro a Cuba”, completou Renilson Felix, em tom irônico.

O também vereador Anderson de Tuca (PRTB) foi outro que protestou. “Eu também defendo que a gente acompanhe a Copa e torça pela nossa seleção. Agora eu também vi a reportagem do Fantástico e achei tudo aquilo assustador. Em Aracaju, por exemplo, o Hospital João Alves ainda sofre com a superlotação, com a falta de insumos básicos e a gente não vê, infelizmente, ações enérgicas do governo garantindo melhoras emergenciais. Soube que em algumas cidades os estádios nem estão prontos ainda, isso faltando menos de 20 dias para a Copa. Nem os projetos de mobilidade urbana foram desenvolvidos. É muita incompetência”, criticou.

O também vereador Lucas Aribé (PSB) também se manifestou, questionando a falta de compromisso do governo federal quanto aos investimentos em mobilidade urbana no País. “Já me posicionei sobre este assunto em outra ocasião e quero apenas ratificar que os problemas de mobilidade urbana continuam. Ontem (26), o goleiro da seleção se apresentou logo cedo, mas deve ter saído bem mais cedo ainda de sua casa porque a televisão mostrava o gigantesco engarrafamento no Rio de Janeiro. Poderiam ter reformado estádios como o Morumbi, por exemplo. E não gastar esse dinheiro todo. Agora sou defensor que os brasileiros não danifiquem nada, não façam guerras em protestos porque o momento de manifestar, infelizmente, já passou”.

Também em aparte, o vereador Iran Barbosa (PT) disse que tem acompanhado as críticas de alguns setores à realização da Copa do Mundo no Brasil, mas que ele vai se ater apenas a questão dos investimentos em Saúde. “Em 2003, o Brasil investia cerca de 30 bilhões em Saúde. Hoje investe mais de R$ 100 bilhões. Há um claro crescimento na aplicação de recursos para a Saúde. Então esse discurso de que o governo priorizou a Copa não se fundamenta. Não se deixou de investir em Saúde, mas muito pelo contrário, houve um crescimento de recursos destinados a área”.

Por fim, Adriano Taxista rebateu o posicionamento do petista dizendo que se os repasses para a Saúde são maiores hoje, então há um problema de gestão destacado. “As pessoas que comandam a Saúde Pública no Brasil ou não tem competência para tanto ou não tem qualquer responsabilidade! O brasileiro precisa pensar e votar com mais responsabilidade. Infelizmente o governo Dilma não tem a mesma precisão nos investimentos da Saúde quanto teve para construir as arenas. Até concordo que os investimentos aumentaram, mas acho que eles acabam se perdendo no meio do caminho por falta de competência de quem os gere. É essa reflexão que nós defendemos que a sociedade brasileira faça”.

Por Ascom - Vereador Adriano Taxista

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